
O congestionamento do órgão pode provocar até mau humor. Elegemos cinco opções naturais para dar um empurrão e deixá-lo com hora certa para trabalhar
Por Letícia Gonçalves
1ª opção
O que comer: beber um suco de laranja com mamão e uma colher (sopa) de linhaça triturada no café da manhã. Depois da refeição, sentar-se por 10 minutos no vaso sanitário, contraindo e relaxando o abdome.
Por que faz bem: o mamão, a laranja e a linhaça são ricos em fibras insolúveis, famosas por ajudarem na formação do bolo fecal. A linhaça ganha destaque: “Uma colher (sopa) tem 4,3 gramas de fibras”, afirma a nutricionista Lucy Tchakmakian, coordenadora adjunta do Curso de Nutrição do Centro Universitário São Camilo, na capital paulista. “Também é fonte de ômega-3, uma gordura poli-insaturada que, além de ser benéfica ao organismo, atua contra a constipação.” Triturar a semente no momento de consumi-la é a melhor maneira de aproveitar seus nutrientes, pois a casca pode passar intacta pelo tubo digestório.
No entanto, Ganc recomenda uma atenção especial com o alimento. “A linhaça aumenta a quantidade de gases, por isso, o exagero de fibras pode ser ruim”. Uma colher (sopa) no desjejum, por exemplo, é o suficiente para aliviar a constipação. A escolha pelo café da manhã, aliás, é proposital. Geralmente, o intestino grosso funciona melhor nessa hora, depois do desjejum. “De acordo com a medicina chinesa, o horário do órgão é das 5 às 7 da manhã”, conta Janice Chencinski. Portanto, reservar um momento nesse período para ir ao banheiro e estimular o movimento do músculo abdominal contribui para o intestino ter uma rotina.
2ª opção
O que comer: uma laranja com bagaço após o almoço e o jantar e massagear o intestino, com movimentos circulares ao redor do umbigo.
Por que faz bem: aposte nas frutas consideradas laxativas como laranja, ameixa e mamão, pelo menos três porções por dia. E não dispense o bagaço, pois é nele que está a maior concentração de fibras. “Elas aceleram o trânsito intestinal” esclarece a nutricionista Lucy Tchakmakian. Em outras palavras, essas substâncias não são digeridas pelo organismo e vão direto ao intestino, solidificando as fezes e fazendo que ganhem peso e tamanho. Dessa forma, a eliminação fica mais fácil.
A massagem, por sua vez, é indicada pela medicina chinesa e serve de estímulo. A nutricionista Janice Chencinski recomenda que seja feita todos os dias pela manhã, antes de levantar da cama, servindo como forma de “despertar” o intestino. É simples: coloque a mão esquerda na virilha. Com a mão direita, faça movimentos circulares em volta do umbigo no sentido horário, repetindo 18 vezes. Depois, troque as mãos e repita o processo, dessa vez apenas nove vezes e no sentido anti-horário.
Massagear a barriga pela manhã é uma forma de despertar o intestino

Conheça os alimentos que conferem uma flora intestinal saudável.
• Cereais, grãos, farinhas e pães: integral, de centeio ou de milho, linhaça e granola.
• Hortaliças em geral: beterraba, abóbora, cenoura, brócoli.
• Frutas: laranja e mexerica com bagaço, ameixa, mamão, kiwi, tamarindo, abacate, manga, jaca, melão, melancia, maçã e pera com casca, abacaxi, caqui, morango, uva, uva-passa, figo, ameixa e damasco secos, amendoim, castanha-de-caju, castanha do Brasil e amêndoas.
• Leguminosas: feijão, ervilhas, soja e grão-de-bico.
• Leite e derivados: leite, leite fermentado, queijo branco e iogurte.
• Carnes: de vaca (moderado), de galinha e de peixe.
• Óleos: azeite de oliva
3ª opção
O que comer: tomar leite fermentado ou iogurte com duas colheres (sopa) de granola no lanche da tarde e caminhar por 30 minutos todos os dias.
Por que faz bem: a granola entra no grupo de cereais ricos em fibras. Já o iogurte e o leite fermentado são bons porque possuem micro-organismos vivos. “São os lactobacilos e as bifidobactérias que conferem uma microflora intestinal saudável”, diz Lucy Tchakmakian. Eles são resistentes ao processo de digestão e chegam inteiros ao intestino, ajudando a recompor e a equilibrar a flora do órgão. São bons tanto para a constipação quanto para a diarreia.
Inserir alimentos como esses na dieta aumenta a chance do intestino funcionar sem preocupações. Além disso, o lanche da tarde fica entre duas das maiores refeições do dia. Por isso, nada como aproveitar o intervalo para dar um empurrãozinho positivo na digestão.
O exercício físico é outro fator fundamental. Quanto mais nos movemos, mais estimulamos os movimentos intestinais. “Mas é preciso manter uma prática física regular, não adianta se matricular na academia por apenas um mês”, lembra a gastroenterologista Débora Poli, do Hospital Santa Paula, em São Paulo. O melhor é juntar o útil ao agradável: procurar uma atividade prazerosa, sem exageros. “Para o intestino, uma simples caminhada até mesmo dentro de casa já colabora”, explica. Isso contribui também para o equilíbrio emocional, que interfere igualmente na prisão de ventre.
O uso de laxantes é prejudicial? Depende do tipo e da frequência do uso. Algumas categorias de laxantes são mais prejudiciais e podem causar irritação, dor, cólica e outras consequências em longo prazo. “Tratamentos à base de fibras não apresentam maiores contraindicações. O uso de medicamentos, no entanto, deve ser sempre de acordo com a recomendação de um médico”, alerta a gastroenterologista Débora Poli, do Hospital Santa Paula. Também é preciso cuidado com o uso de laxantes por um longo período, pois isso pode desacostumar o intestino a trabalhar sozinho, causando dependência. | ![]() |
4ª opção
O que comer: trocar os cereais e farinhas brancas por integrais e mastigar bem os alimentos (pelo menos 15 vezes cada porção de alimentos colocada na boca).
Por que faz bem: fique de olho nos alimentos ricos em fibras solúveis, como as farinhas brancas. “Elas dão volume às fezes ao mesmo tempo em que retardam o esvaziamento gástrico, sendo uma das causas da constipação”, explica Lucy Tchakmakian. Por isso, a preferência por integrais, que possuem fibras insolúveis, é muito bem-vinda.
Também é melhor iniciar a refeição pela salada, que deve ser rica em vegetais e legumes crus. E aí entra o importante papel da mastigação, a primeira ação da digestão. “Os pedaços menores de alimentos são mais facilmente digeridos pelo organismo, facilitando a ação de enzimas digestivas”, afirma Janice Chencinski. Quem mastiga pouco faz que pedaços maiores cheguem ao intestino, provocando um efeito negativo: os nutrientes não são devidamente absorvidos e o bolo fecal tende a ficar endurecido.
A ingestão de água durante as refeições dilui o suco gástrico, o que prejudica a digestão
Problemas à vista
O consumo exagerado das opções abaixo emperra o intestino:
• Cereais, grãos, farinhas, pães e massas: arroz branco, biscoito salgado, pão branco, polvilho, torradas, macarrão, maisena e farinhas brancas em geral, como de trigo, de mandioca e de rosca.
• Hortaliças: cenoura cozida, batata-inglesa, batata-doce, batata-baroa (mandioquinha) e mandioca.
• Frutas: banana, caju, cará, limão, maçã e pera (sem casca).
• Leite e derivados: queijo ricota.
5ª opção
O que comer: tomar um copo de água em jejum e respirar profundamente três vezes, tornando a expiração duas vezes mais lenta que a inspiração.
Por que faz bem: a água para a digestão é essencial, pois melhora a consistência das fezes, deixando-as macias. É sempre bom relembrar: no mínimo 2 litros por dia. A dica agora é tomar após um longo período sem comer, o que acontece quando acordamos. “Isso estimula o peristaltismo intestinal que permaneceu em repouso durante todo jejum noturno”, explica Lucy Tchakmakian, que acrescenta também outra forma de estimular esse movimento: fazer uso de alimentos quentes e frios no café da manhã. Já a ingestão de água durante as refeições não é uma boa opção. Pode provocar a dilatação do estômago, propiciando maior ingestão de alimentos, além de diluir o suco gástrico, o que prejudica a digestão.
A respiração profunda e consciente tem benefício duplo. Ela contribui para aliviar a tensão física e emocional. “Estresse, ansiedade, depressão e sobrecarga emocional de qualquer tipo podem interferir no intestino, provocando diarreia ou constipação”, esclarece a gastroenterologista Débora Poli. Além disso, a respiração profunda aumenta a pressão dentro da cavidade abdominal, servindo de estímulo à evacuação. “Ao respirar, nós baixamos o diafragma, aumentando a pressão sobre o intestino, como se estivéssemos fazendo uma compressão”, explica.
FONTE: www.revistanatural.uol.br / Revista vida natural